sexta-feira, 18 de junho de 2010

Nossa casa, nosso Eu


Lendo uns trechos de padre Luiz Erlin, achei muito interessante um  que diz:
Nossa casa é um pouco daquilo que somos, pois ele nos faz uma pergunta: Como nos relacionamos com os demais, como é a porta do nosso ser: quem tem livre acesso? Quantas pessoas já nos visitaram interiormente e nos conhecem de fato? Quantas pessoas chegaram, hospedaram-se e criaram residência dentro de nós? Quantas foram expulsas e quem não é bem vindo?
Nós somos uma porta, guardamos em nosso interior, em nosso lar, o tesouro de ser o que somos, podemos nos trancafiar em nós mesmos ou nos manter-mos abertos, sem cadeados...Sermos partilha..Podemos ser talento multiplicado ou enterrado. A decisão é nossa, só nossa.
No livro do Apocalipse, lemos: Eis que estou à porta e bato: se alguem ouvir a minha voz e me abrir a porta, entrarei em sua casa e cearemos, eu com ele e ele comigo(3,20). O Senhor nos diz que está à porta, nos chama, bate e insiste, porém não invade, não pula a janela, respeita a nossa liberdade... Ele somente entrará se abrirmos a porta. Nem sempre é facil abrir a porta para receber alguem. Abrir a porta implica se desinstalar, conviver e dar atenção. Jesus nos diz, caso abramos a porta, que ele entrará e ceará conosco...Ele estabelece assim um grau maior de intimidade.
Abrir a porta é querer que a casa seja iluminada, ventilada. E se é Jesus quem está à porta, não devemos temer ou nos envergonhar...nem precisamos dizer:"Não repare a bagunça!" Ele, não reparará, não julgará e nem condenará. Ele nos ajudará a limpar a casa, o interior, trará harmonia plena, paz e equilibrio, aquilo que almejamos para uma vida saudavél.
No evangelho de João temos uma grata surpresa: Jesus se apresenta também como a porta. Eu sou a porta; se alguém entrar por mim, será salvo; tanto entrará como sairá e encontrará pastagem(10,9).
O coração de Jesus é morada permanente. A porta está sempre aberta, ele não barra a entrada de ninguem, acolhe a todos, faz festa...Nos convida para a ceia, cozinha com amor, prepara a eucarístia, pão e vinho, corpo e sangue...


Então assim como temos domínio de permitir só quem nós queremos em nossa casa, que em nosso coração, nós também tenhamos o domínio, para que nele só adentre o que a vida tem de bom e que as coisas ruins fiquem do lado de fora, para que sejamos felizes.

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